A migração, um processo natural da humanidade, ocorre há muitos anos, estando relacionado, por exemplo, com a ocupação de novos territórios no mundo, anteriormente e, hoje em dia, com a busca por melhores condições de vida. No entanto, algumas situações específicas forçam esse processo em determinadas localidades e populações. Os migrantes são considerados vulneráveis por diversas razões, mas é consenso que, dentre eles, as mulheres, crianças e idosos requerem atenção especial. No caso de mulheres gestantes, a situação é ainda mais delicada. Diante disto, este trabalho tem por objetivo propor um conjunto de fatores no espectro dos determinantes sociais da saúde que reflita a situação das imigrantes venezuelanas gestantes na Colômbia. Para tal, se realizou uma revisão de literatura para primeiro descrever a relação entre a migração, gravidez, saúde e seus determinantes sociais. Posteriormente, com foco nas mulheres gestantes venezuelanas residentes na Colômbia, objetivou-se identificar os determinantes sociais da saúde relacionados ao processo migratório, à situação migratória, à atenção a saúde e à gravidez. Os resultados mostraram que nos últimos anos a Colômbia tem recebido um grande número de venezuelanos e, apesar dos esforços do governo em regularizar esses indivíduos, muitos deles se encontram em situação irregular (1.024.836 ou 57,3%) no país. A regularização é importante porque somente aqueles regulares, com documento de identificação vigente, possuem a opção de se filiar ao sistema de geral de segurança social em saúde da Colômbia. Verificou-se ainda que questões relacionadas com o acesso ao seguro de saúde, ao pré-natal, à rede de apoio, à condições suficientes e aceitáveis de habitação, ocupação formal e infraestrutura (como saneamento básico, por exemplo), dentre outras, somadas à situação migratória (regular ou irregular) são centrais para um desfecho satisfatório da gravidez e do pós-parto e à saúde da criança. Estes determinantes sociais da saúde se aplicam às imigrantes venezuelanas, gestantes ou no período pós-natal e seus filhos, que residem na Colômbia. Desta forma, para estes períodos existe a necessidade de integrar diferentes esferas governamentais para garantir a assistência das imigrantes venezuelanas na Colômbia. Destaca-se que a rede de apoio parece ser uma saída para a diminuição de muitas experiências das negativas enfrentadas por essas mulheres e seus filhos. O fato de muitos que venezuelanos residem próximos e a existência de associações venezuelanas facilita a consolidação de parceria com o governo colombiano e organizações não governamentais para ações de saúde e de outras áreas. Além disso, a confidencialidade e a confiança dessas mulheres, sobretudo as irregulares, com o profissional de saúde são cruciais tanto para a permanência no país quanto para a utilização do serviço de saúde.